O desejo é o desejo do outro e a educação é um caminho de sublimação das
pulsões sexuais, onde estas são direcionadas para um alvo não-sexual, afim de
camuflar a neurose através de objetos socialmente valorizados.
Logo, o transcorrer dessa dinâmica diz respeito ao cotidiano das
crianças e as relações que são estabelecidas com os adultos que as cercam. Mais
que isso, diz respeito aos sonhos, medos, esperanças e expectativas relativos
ao mundo do amanhã.
A realização do desejo recalcado pelo adulto é transferida para o sonho
que ele mesmo semeia na criança. Daí, podem derivar as frustrações causadas
pela exigência do laço social. A criança é alienada dos próprios temores, e dessa forma se torna presa
fácil para as peripécias do adulto, que utiliza da escola, como um objeto de
terceirização dos bons costumes. No mesmo momento em que esta função é
atribuída à escola, torna-se impossível para este mesmo adulto, sustentar o
fato de que é evidente a impotência, insuficiência e inoperância da função de
sua função no âmbito familiar.
Assim, podemos começar a compreender o mecanismo que conduz a busca pelo
conhecimento, que se olhado de uma maneira mais incisiva, se mostra como o
fruto de um fracasso constante e gradativo, que tenta emergir como pulsão
satisfeita no desejo do outro para com o outro.
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