O Blog Além dos Olhos foi criado dia 18 de Março de 2012. Seu principal objetivo é descrever situações do cotidiano que algumas vezes passam despercebidas à olhares superficiais, tanto para quem escreve, como para quem lê. Ao entrar aqui, dará vazão à busca pelo entendimento sem se preocupar se irá encontrá-lo ou não. Cada linha rege a harmonia da dança dos nosso dias.
E que não se prenda em seus conceitos para que seja meu leitor, pois aqui não há uma verdade absoluta, encontre o seu sentido parafraseando significados que nascem no seu interior. Reflita, questione, refute, pense além!
Boa Leitura.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Identidade


E é em você que eu me vejo
No reflexo do meu pulsar
Que te quer em mim
Sendo eu e você mais que um só

Sou aquilo que repito
Sou palavra da tua boca
E olhar do teu querer
Eu me escondo na tua morada

Que é coração meu
E a tua dor eu é que sinto
E o teu sentir eu é que projeto
Sou mais que refrão de teus lábios

E amo-te nas partes de mim que carregas
Repito-me em teu ser
Na poça que inclino o fervor de uma face
És terna regalia do meu desejo


sábado, 21 de setembro de 2013

Educação para a realidade do desejo



Todo aquele que se aventurar no campo educativo, terá que se confrontar, mais cedo ou mais tarde, com a decepção

A educação diz respeito à vida cotidiana das crianças para com os adultos. Diante disso, é impossível que não sejam estabelecidas relações ambivalentes na transitoriedade da criança, que tem seu corpo como alvo das expectativas, medos e frustrações do adulto, que por sua vez está em constante projeção profilática.
Ou seja, a criança deve caminhar pelo mesmo deserto escaldante no qual esteve o adulto, porém , com uma peneira às mãos.
Partindo destas insolúveis dualidades, podemos começar a compreender a dependência evidente do seio da vida, onde a morte opera cautelosamente, aniquilando as possibilidades de uma vida harmoniosa, o que acarreta ao homem,  um constante  desarranjo  consigo mesmo. A todo momento nos depararemos como estando meio fora de foco e reféns das mutações do desejo.
Sendo ser da falta, o humano busca por meio de diversos mecanismos, suturar este corte que é sua essência psicológica, e o faz vulnerável no campo da palavra e da linguagem.
Essa fragilidade é o que irá conduzir a educar, visto que a palavra é a ferramenta educativa por excelência, transmitindo à criança, marcas simbólicas que a possibilitam construir e ocupar um lugar numa história e assim poder se lançar às vicissitudes do desejo.

Porém, a dinâmica entre o educar e o educando, exige um constante jogo de cintura, é preciso estar ciente de que toda visão de mundo é datada, e morre em prol de outra que se instala sob o signo de sua crítica. Assim como acontece com o desejo e o que torna o efeito da palavra que um (educador) dispara sobre o outro, (educando) dependente do sentido estabelecido pelo outro. Assim, não existe caminho a ser traçado, deve-se caminhar, não rumo à uma realidade socialmente estabelecida, mas sim, para a realidade do desejo.