O Blog Além dos Olhos foi criado dia 18 de Março de 2012. Seu principal objetivo é descrever situações do cotidiano que algumas vezes passam despercebidas à olhares superficiais, tanto para quem escreve, como para quem lê. Ao entrar aqui, dará vazão à busca pelo entendimento sem se preocupar se irá encontrá-lo ou não. Cada linha rege a harmonia da dança dos nosso dias.
E que não se prenda em seus conceitos para que seja meu leitor, pois aqui não há uma verdade absoluta, encontre o seu sentido parafraseando significados que nascem no seu interior. Reflita, questione, refute, pense além!
Boa Leitura.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Auto fuga


A verdade se apresenta diante de mim
Em suas mais variadas faces
Querendo tomar posse de minhas ações
Por sua mais nobre insolência


E quando nada me convence
Virtudes são jogadas ao vento
A vida vai correndo e aumentando meu passado
Acumulando despedidas, extinguindo sorrisos


Para todas as direções
Horizontes que nunca chegam
Correndo sobre as folhas de outono
O silêncio grita em minha mente


Me prendo no tempo
Desviando do reflexo das vitrines
Acordo e conto as horas para o anoitecer
Onde o ciclo que me vicia recomeça e toma conta da minha alma

Dos vícios destrutivos



Para onde você foi?
Por que foges de meu encontro?
Estava aqui agora dentro de mim
No toque de meus lábios e em minha mente alucinada

Dona de minhas ações, detentora do meu querer
No pico de meus prazeres sacrificaste minha nobreza
Me preencheu por um vazio capaz de me completar
Momentaneamente

E depois me deixou aqui largado aos vermes
Arrastando-me pelsa ruas onde se espalham pedaços da minha alma
Estraçalhado pelo teu sarcasmo que agora zomba de minha agonia
E o que mais me arde o peito é que ainda te quero

Mesmo sendo só dor, mesmo sendo só abandono
Meus olhos se fixam na busca pela tua persença
Te quero em mim, rasgando tudo o que me resta por dentro
Sei que a escória me aguarda com olhos rubros e babando veneno

Mas nada mais importa
Te quero em mim, rasgando tudo o que me resta por dentro
Agora pare de se esconder e venha me consumir mais uma vez
Te aguardo em minhas veias para que queime todo este sofrimento

Para que termine a dor eu me entrego
Em tuas garras deito minha cabeça
E te alimento com lágrimas culpadas e amargas
Onde tudo é vazio e o que me conforta é o alívio por acabar

domingo, 22 de abril de 2012

Perdição celestial


A noite fria comanda os corpos
Dançam entrelaçados no ritmo das paixões
A foice envolve a Lua de vossos olhares
Banhados na luxúria saciam o deleite


No Vale da Morte os punhos se erguem
Os ventos uivantes penetram sua pele
Alva de desejo
Repleta de pecado


Sorrisos embriagados profanam a pureza
Mentes insanas celebram a anarquia
Deuses enjaulados afogam-se em lágrimas
Vedes teu império nas garras da perdição


Da pureza escorre o prazer
Do choro mortal a zombaria eterna
Nas sombras da noite as luzes se apagam
Blasfema-se o brilho presente outrora


Nos beijos mortais
Sucumbem pelo veneno
Discípulos errantes
Nas vísceras de teus deuses

sábado, 21 de abril de 2012

Versos secos


Os olhos deslizam por inúmeras faces
Distantes do toque, presentes no desejo
Avulso em cantos e peculiaridades
Estímulos vazios escorrem pelo ralo


Vozes entrelaçadas alimentando o nada
Gritos de escória exaltando a futilidade
A alma se encontra distante do fascínio
O corpo embolora em pútridos propósitos


O conforto da sensação
Denunciado pela percepção
Queimam horizontes enganadores
E a fuga presencial continua


Secando a garganta, rasgando o peito
Conceitos dilacerados no ápice da loucura
Permeiam por pontos abertos
Em versos secos para o vento carregar

Da ausência singular



Você partiu e ficou aqui na minha memória
Revivendo momentos que não vão voltar
E a sua presença não sessa em meus pensamentos
Hoje a cadeira é vazia


Nunca será como antes
Você me pegou de surpresa 
E nem me disse adeus
Nem me deu o último abraço


E a dor que me rasga o peito
É do pedaço que você levou de mim
Planos foram interrompidos com a sua partida
Mas a lembrança ficou em todos os lugares em que vejo teu sorriso


A caminhada continua, dolorida por sua ausência
Agora você vive em mim
E em tudo o que em recorda a honra de te amar
Fizeste parte de minha história e isso o tempo não apaga