Todo aquele que se
aventurar no campo educativo, terá que se confrontar, mais cedo ou mais tarde,
com a decepção
A educação diz respeito à vida
cotidiana das crianças para com os adultos. Diante disso, é impossível que não
sejam estabelecidas relações ambivalentes na transitoriedade da criança, que
tem seu corpo como alvo das expectativas, medos e frustrações do adulto, que por sua vez está em constante projeção profilática.
Ou seja, a criança deve caminhar
pelo mesmo deserto escaldante no qual esteve o adulto, porém , com uma peneira
às mãos.
Partindo destas insolúveis
dualidades, podemos começar a compreender a dependência evidente do seio da
vida, onde a morte opera cautelosamente, aniquilando as possibilidades de uma
vida harmoniosa, o que acarreta ao homem, um constante desarranjo consigo mesmo. A todo momento nos depararemos
como estando meio fora de foco e reféns das mutações do desejo.
Sendo ser da falta, o humano
busca por meio de diversos mecanismos, suturar este corte que é sua essência
psicológica, e o faz vulnerável no campo da palavra e da linguagem.
Essa fragilidade é o que irá
conduzir a educar, visto que a palavra é a ferramenta educativa por excelência,
transmitindo à criança, marcas simbólicas que a possibilitam construir e ocupar
um lugar numa história e assim poder se lançar às vicissitudes do desejo.
Porém, a dinâmica entre o educar
e o educando, exige um constante jogo de cintura, é preciso estar ciente de que
toda visão de mundo é datada, e morre em prol de outra que se instala sob o
signo de sua crítica. Assim como acontece com o desejo e o que torna o efeito
da palavra que um (educador) dispara sobre o outro, (educando) dependente do
sentido estabelecido pelo outro. Assim, não existe caminho a ser traçado,
deve-se caminhar, não rumo à uma realidade socialmente estabelecida, mas sim,
para a realidade do desejo.
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